Barragem, acrílico s/tela, 77X77cm, 2002
(col.Exército Português)
São pequenas e rechonchudas criaturas de asinha de colibri e de louros (?) caracóis nas minúsculas cabeças, muito pouco viris (mesmo para a idade que aparentam).
Das suas trombetinhas brotam normalmente a fífia e outras aleivosias musicais, quando se aproximam em voo perigoso de um incrédulo aeroplano, em vã tentativa de lhe sabotar as hélices.
Rapidamente são sacudidos no ar, sendo rota e velocidade retomadas e cumpridas.
Os pequenos, confinados ao forte compromisso assumido com o grande altar de talha dourada, voltam decadentes, indolentes e servis para o meio das plumas, conchas, volutas, festões e grinaldas de flores.
É neste ambiente, e exalando hálitos a óleo de cedro e a vela de igreja, que os anjos rodeados de cadeirais, púlpitos, grades, banquetas e sanetas, são premiados pelos serviços prestados à terra e à "cultura", assim como por todo o analfabetismo primitivo e anti-higiénico.
Tudo muito ao gosto rococó.
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